“Vais à noite do mercado?”
Esta é a a pergunta que mais se ouve nos dias que antecedem o Natal na Madeira. É que a noite de 23 de dezembro marca uma tradição regional – a visita ao Mercado dos Lavradores no Funchal.
Antigamente, a ida ao mercado tinha por objetivo ultimar as compras e preparativos para o Natal. Vendiam-se as frutas da época: as tangerinas, os peros, as castanhas e as nozes. O mercado cheirava a junquilhos e os “sapatinhos” reluziam em baldes de água, como que a pedir “levem-nos para casa”. Para decorar o presépio não podiam também faltar o musgo, o ensaião e “as cabrinhas”. Ali vendiam-se ainda os pinheiros de Natal, alinhados no encosto à parede, vasos com “manhãs de páscoa” e alguns brinquedos para as crianças. No meio desta azáfama, havia comes e bebes nos bares ao redor do mercado, e grupos de amigos cantavam canções de natal. O menu da noite eram as sandes de carne de vinho e alho, e ponchas regionais. A visita ao mercado incluía ainda uma ida ao Parque de Diversões, no antigo Campo Almirante Reis (atualmente encontra-se na Praça do Povo, junto ao mar). Uma viagem nos carrinhos elétricos, o algodão doce e a troca de votos de feliz Natal, marcavam o final da noite.
Hoje em dia, a tradição mantém-se e renova-se com maior espetacularidade. A noite de 23 de dezembro pretende reviver memórias e emoções felizes, que ganham força ano após ano. No Mercado dos Lavradores, a Praça do Peixe transforma-se numa enorme plateia de cantares de Natal. As letras das canções são distribuídas antecipadamente por centenas de pessoas que aqui marcam presença, muito antes da hora prevista. Mais minuto, menos minuto, a cantoria da noite do mercado começa por volta das 11 da noite. É transmitida em direto para a televisão nacional e dura cerca de uma hora. Cantam-se temas de natal em vários idiomas, “Noite Feliz”, “Jingle Bells”, “O Tannenbaum”, “Feliz Navidad”… o Natal é para todos.

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